Foi no dia 25 de dezembro de 1915 – dia de Natal que um grupo de jovens estudantes, cujos nomes ganharam prestígio na sociedade poveira pelo exemplo de filantropia e acrisolado amor bairrista, fizeram história ao fundar aquele que viria a ser designado por VARZIM SPORT CLUB. Concretamente, o Varzim Sport Club que conhecemos hoje, nasceu da fusão do Varzim Futebol Club e do União Futebol Club.
A 25 de março de 1916, foi realizada uma Assembleia Geral para a mudança de nome. Foi então escolhida a designação actual.
Sócios Fundadores do Varzim Sport Club:
Alexandrino Fernandes da Silva | Alípio da Silva de Oliveira | Álvaro de Barros Pereira | António Caetano Calafate | José Martins Reina | José Teixeira Malhão | Manuel Agonia Frasco | Mateus Rodrigues Marques | Moisés Fernandes da Silva | Américo Maio Santos Graça | Armindo Maio Santos Graça | Dâmaso Constantino | Franklim Gonçalves Marinheiro | José Calafate Ribeiro | Manuel Mota | Raúl Novo Cardoso | Torcato Ferreira
A história do Varzim Sport Club começa a escrever-se e eternizadas ficaram as palavras de Alípio Oliveira ao jornal “A Póvoa Sportiva”, na edição de 20 de março de 1921: «… um dia os rapazes do Varzim hão-de ver coroados de bom êxito os seus esforços e então poderemos exclamar com orgulho aos indiferentes: – Eis a nossa obra!»
Dizem os registos que a mudança de Varzim Futebol Club para Varzim Sport Club foi polémica e sujeita a votação. A nova designação foi escolhida pela “veia” eclética do Clube, isto porque, além do futebol, os associados podiam igualmente praticar remo e natação. A designação e as cores (preto e branco) haveriam de manter-se pelos tempos fora.
A primeira bandeira era branca com uma lista preta em diagonal a partir do canto superior esquerdo. Tinha ao centro o primeiro distintivo varzinista, formado por dois remos cruzados em forma de X. Em fundo, uma âncora e sobreposta a meio, uma bola de futebol que simbolizava as três modalidades em exercício: futebol, remo e natação.
Alguns anos depois, com influência da colónia de poveiros emigrados em Manaus, a bandeira foi reformulada e passou a ser a actual: listas pretas e brancas em sentido longitudinal, tendo no canto superior esquerdo um rectângulo com esfera armilar e um escudete com as armas da Póvoa. Também o equipamento passou a ser de listas verticais a preto e branco e calção preto.
Desde a sua fundação, o Varzim disputou campeonatos de Promoção, Distritais e Nacionais.
Foi pela primeira vez campeão concelhio na época 1926/1927 e na 1.ª divisão distrital foi tricampeão, 59/60, 60/61 e 61/62.
Depois desse feito, conseguiu garantir presença no Campeonato Nacional da III Divisão e nesse ano de estreia, conquistou o primeiro título nacional, ao derrotar o Luso do Barreiro, no Estádio Municipal de Coimbra.
NUNES GUERREIRO formou uma equipa de trabalho que estruturou a equipa profissional e contratou um jogador-treinador que se viria a tornar numa lenda do Varzim: RICARDO PEREZ, um dos famosos argentinos de uma equipa notável d’Os Belenenses.
De 1971 a 1976 o Varzim disputou a 2.ª divisão nacional sempre com aspirações à subida mas o objectivo foi sempre condicionado devido às crises diretivas.
Em 72/73 e 73/74 o então presidente Dr. João Pontes Fernando criou uma equipa sénior com doze atletas da formação do clube.
Por alturas do 25 de abril de 1974, pairava a dúvida no Varzim: Amadorismo e Profissionalismo, qual o caminho? Após sucessivas Assembleias Gerais e com o Dr. Manuel Vaz a presidente, os sócios decidiram a pela continuidade do profissionalismo.
É contratado o treinador António Teixeira que convence os “bébés” do Leixões a envergar a camisola do Varzim.
De 1979 a 1981, o Varzim sente dificuldades com a concorrência de Clubes das cidades limítrofes que recebem significativos subsídios em dinheiro. O futebol profissional dispara para vencimentos incomportáveis.
O Varzim acabou por descer de divisão, mas na temporada de 81/82, o treinador António Teixeira regressou ao comando técnico dos Lobos do Mar. Na época 81/82, o Varzim estava de volta à 1ª divisão.
Um novo ciclo começava.
Lídio Marques assumiu a presidência e José Torres (o bom gigante do Benfica) foi escolhido para treinador (82/83 e 83/84). Enquanto isso, o Estádio do Varzim sofria obras de ampliação no topo norte. O apoio de empresas da Póvoa e a colaboração fulcral da “Adelino da Cunha Oliveira”, permitiram que, em 24 de outubro de 1982, num jogo de boa memória, disputado com o Sporting, a bancada seja inaugurada.
O ano de 1983 ficaria também marcado pela digressão do Varzim a Angola, de 15 a 22 de fevereiro. E não só.
O Varzim faz também história ao ser o primeiro clube de futebol profissional, em Portugal, a utilizar publicidade nas camisolas. A MACONDE foi o nosso primeiro “sponsor”.
Em 1987 a Bancada Sul é construída, tendo sido inaugurada em Setembro. Nesse ano, mais concretamente, em Assembleia Geral realizada a 8 de maio, foram aprovados os novos estatutos do Clube e criado o Conselho Varzinista. Dois meses depois, foram aprovados os Regulamentos Interno e Eleitoral.
Na bancada central do estádio são colocadas as cadeiras “cativas” e, em 2 de janeiro de 1994, com o apoio da Câmara Municipal, o Varzim inaugura a iluminação do Estádio.
Desportivamente, o Varzim andava num “sobe e desce”. Era visto como uma equipa que não saía da “cepa-torta”, com dificuldades cíclicas.
De 1988 a 1994, o trajecto foi negro, até ao abismo da 2.ª divisão B. Para a história ficou o caso Trofense. foi decretada a repetição do jogo Varzim x Trofense, que ditaria a descida de um destes dois clubes à 3.ª divisão. A decisão gerou uma onda de grande revolta por parte dos adeptos da Trofa. O jogo não se repetiu.
Uma Comissão Administrativa apoiada pelo então presidente da câmara, Macedo Vieira e liderada por Lídio Marques, toma conta do Clube. Durante a sua vigência, o Varzim recuperou a sua credibilidade e renasceu. Equilibram-se as finanças, sanaram-se conflitos laborais no Tribunal do Trabalho, estabeleceram-se protocolos e melhorou-se as infra-estruturas do Clube.
Em 1995/96 o Varzim é campeão nacional da 2.ª divisão B e regressa ao campeonato profissional. Na época seguinte, disputa a Divisão de Honra e sobe à 1.ª liga, com Horácio Gonçalves a treinador.
Ainda assim, reconhecia-se que o orçamento estava aquém da 1.ª liga. A descida aconteceu, mas de forma digna. Só que, em 2000/2001, com Luís Oliveira a presidente e Rogério Gonçalves a treinador, o Varzim estava de novo na 1.ª LIGA.
Aí se manteve por mais uma temporada, mas não conseguiu evitar a despromoção.
Na segunda liga, com mudanças directivas, o Varzim foi fazendo o seu caminho e que se materializa em quinze anos de experiência nesse patamar. Em alguns períodos, foi-se destacando em provas como a Taça de Portugal, a Liga Intercalar e a Taça da Liga.
Na época 2006/2007, os adeptos poveiros sonharam com a presença na final da Taça de Portugal, no Jamor. O Varzim chegou até aos quartos-de-final, tendo eliminado, em casa, o SL Benfica nos oitavos de final, num jogo que ficou marcado pelo facto de a nossa equipa ter terminado a partida com 9 jogadores da sua formação. 2-1 foi o resultado final. A vitória do Varzim fez-se com um golo do avançado angolano, Mendonça e um auto-golo de Nélson. Diamantino Miranda havia assumido o comando técnico do Varzim, há poucos dias, e ficava assim “colado” a um dos momentos históricos do Clube.
Nas meias-finais, o Varzim defrontou o Braga, no Estádio Municipal de Braga, e apesar do forte apoio na bancada, acabou por ser eliminado com uma derrota por 2-0.